terça-feira, 29 de maio de 2012

O Convite do Silêncio

Não soube quando, nem porquê. Não inspirou ou expirou. Não houve nada além de corações batendo e sangue fluindo. Nada além de uma troca de olhares. E o convite do silêncio em seu olhar a fez entender.
E então, um doce encostar de lábios. E não havia nada que pudessem fazer sobre, seus destinos cruzaram uma linha. Cruzaram uma linha no exato momento em que seus doces lábios tocaram os dela. Cruzaram uma linha no exato momento em que salivas misturaram-se ali. No exato momento em que trocaram olhares e sorriram. E então souberam, souberam que iria durar.
Porém lembrou-se de sua promessa; jurara nunca apaixonar-se. Mas quem pôde culpá-la? Sua certeza, a única talvez, é de que seus sonhos sempre seriam maiores que a realidade.
Mas, meu amor, quando pequena, viu a mulher que lhe dera a luz batê-lhe até doer os ossos... Não que isso importasse, mas... Seria assim tão ruim? Seria tão ruim abdicar seus sentimentos em prós de outros?
Fuja!
Fuja comigo.
Pedirei amor eterno, com meus lábios... desenhar no teu quadril. Meus lábios adormecem, arrepia as peles todas.
No profundo da alma, talvez saibemos que isso não poderá durar. Mas talvez, só fodidamente talvez... Valha a pena tentar. Por que, se não tentarmos, nunca iremos conseguir.
Mas valheria a pena tentar e não conseguir? Valheria a pena desperdiçar tempo, lágrimas e dores? Valheria a pena, meu amor?
Todavia... Se tiveres que ir, me deixe apenas com uma prova de que isso não fora um sonho...

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