domingo, 31 de março de 2013

It's time do explode.

ㅤ ㅤ ㅤCarta que eu li para minha mãe há 1 ano atrás. Hoje eu teria mudado duas ou três frases daí. Mas isso não é tão importante. O que vale mesmo é o fim. Por que o fim... O fim aconteceu exatamente como está aí. Não é um texto, é só algo que eu escrevi e decidi compartilhar. Com as moscas, é claro. Não leiam como se fosse algo criticável. Era só algo que estava preso dentro de uma menina de 15 anos.

ㅤ ㅤ ㅤ"Eu sei que a senhora tá fazendo tudo isso pra se vingar do meu pai, mas não tá afetando só ele. Tá afetando todo mundo, principalmente eu. A senhora disse pra Yasmin que iria embora de casa e que eu iria aprender a me cuidar. Não sei se a senhora se lembra da última vez, mas eu me lembro muito bem. Me lembro de perder peso por que não tinha porcaria nenhuma pra comer, por que a minha mãe não tinha me ensinado nada. Aliás, me ensinou sim. A roubar, trair e mentir. E eu acho que a senhora não vê como são as coisas, mas isso é errado. E eu já disse isso muitas vezes, mas a senhora não escuta! E quando eu falo, as únicas palavras que eu escuto são "Mas essa sou eu, não você". Sim, mas se eu não posso aprender com a minha mãe, com quem mais eu posso?
ㅤ ㅤ ㅤNão sei se percebeu, mas eu tenho engolido tudo e fingido não saber de nada... Fingindo viver uma vida impossível. Uma vida onde minha mãe me coloca acima de tudo. E se for falar que eu estou acima de tudo, você está mentindo... sendo egoísta mais uma vez. Por que se eu tivesse acima de tudo, você não falaria pra Yasmin que quando você fosse embora eu aprenderia a me cuidar.
ㅤ ㅤ ㅤJean mal fala com a senhora. E a senhora ainda o culpa por isso. Como culpá-lo? Ele só não está engolindo tudo, como eu estou fazendo.
ㅤ ㅤ ㅤEu só quero entender... juro. O que a senhora pretende? Ir embora pra viver numa casa alugada ou morando de favor. Tendo o ódio do seu filho e marido. Posso até sentir raiva no começo, mas eu seria incapaz de ter ódio. Por que quando alguém me afeta tanto assim, meu impulso é o de ficar machucada e depois não sentir mais nada. E esse seria o sentimento que eu teria assim que a visse: um nada.
Depois que a senhora conseguisse a casa pra morar, o que viria? Festas todo dia, claro. Iria sair com esse carinha durante um tempo, mas depois ele ou você iria se cansar. Provavelmente seria ele, por que ele tem toda uma vida pela frente. ㅤ ㅤ ㅤE a senhora iria superá-lo e iria continuar saindo por aí com outros carinhas e bebendo com as amigas. Enchendo o copo e esvaziando a mente... Sem nenhum amor. Você poderia viver feliz assim por um tempo... Mas você sabe que, no final do dia, é assim que você vai estar...: Sozinha.
ㅤ ㅤ ㅤMas se você tiver que ir, eu espero que você saiba que isso não vai ficar assim. Isso vai te seguir até o dia em que você morrer.
ㅤ ㅤ ㅤMas faça enquanto eu estiver dormindo, por que, quando eu acordar, ainda terei aqueles primeiros dois segundos de paz que me fazem esquecer do porquê eu devo continuar dormindo."

terça-feira, 29 de maio de 2012

O Convite do Silêncio

Não soube quando, nem porquê. Não inspirou ou expirou. Não houve nada além de corações batendo e sangue fluindo. Nada além de uma troca de olhares. E o convite do silêncio em seu olhar a fez entender.
E então, um doce encostar de lábios. E não havia nada que pudessem fazer sobre, seus destinos cruzaram uma linha. Cruzaram uma linha no exato momento em que seus doces lábios tocaram os dela. Cruzaram uma linha no exato momento em que salivas misturaram-se ali. No exato momento em que trocaram olhares e sorriram. E então souberam, souberam que iria durar.
Porém lembrou-se de sua promessa; jurara nunca apaixonar-se. Mas quem pôde culpá-la? Sua certeza, a única talvez, é de que seus sonhos sempre seriam maiores que a realidade.
Mas, meu amor, quando pequena, viu a mulher que lhe dera a luz batê-lhe até doer os ossos... Não que isso importasse, mas... Seria assim tão ruim? Seria tão ruim abdicar seus sentimentos em prós de outros?
Fuja!
Fuja comigo.
Pedirei amor eterno, com meus lábios... desenhar no teu quadril. Meus lábios adormecem, arrepia as peles todas.
No profundo da alma, talvez saibemos que isso não poderá durar. Mas talvez, só fodidamente talvez... Valha a pena tentar. Por que, se não tentarmos, nunca iremos conseguir.
Mas valheria a pena tentar e não conseguir? Valheria a pena desperdiçar tempo, lágrimas e dores? Valheria a pena, meu amor?
Todavia... Se tiveres que ir, me deixe apenas com uma prova de que isso não fora um sonho...

domingo, 4 de dezembro de 2011

Alguém lê o blog?

Então, sou uma pessoa carente de comentários. Se você leu qualquer coisa ou lê o meu blog, comente! Qualquer comentário, não importa o conteúdo, será bem-vindo. Até mesmo uma carinha.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Dentro de si

Sentia um vazio dentro de si. Como se pessoas gritassem e gritassem e rasgassem-na por dentro, mas não conseguiam sair. Aquilo não era tristeza... Não, pois já acordara com a própria várias e várias vezes. Não parava de comer, assistir ou ler... Só para poder esquecer que estava presa dentro de si. Ingeria aqueles doces todos como se pudessem preencher o abismo que havia ali. Ou até mesmo encontrava nos doces uma doçura inexistente em si. Sentia que seu destino era vagar pela terra caçando as respostas, procurando qualquer maneira de fazer parar... Em constante movimento. E lembrava-se dos velhos tempos. Vivia na renúncia, abdicava os sentimentos e emoções. Sempre escondendo, sempre engolindo. Mas decidira parar e escutar. Arrependeu-se, então. Enxergava, agora, a verdadeira e crua, triste realidade. E então esperava. Pela Morte, pela Vida, talvez... E por uma salvação, que jamais chegaria.

domingo, 24 de julho de 2011

Ele, quem?

Uma doce criança que apenas amava-o. O que ele fez? Tirou sua pureza e a encheu de ódio e desprezo e frieza. Vingança é o seu sengundo nome. Seus doces olhos castanhos não brilham mais, ficaram mortos, vazios... Sua boca seca mal pronuncia as palavras corretamente. E tudo isto por causa dele. Ele. Ele, quem? Ele que algum dia devia ter amado-a. Ele, não um namorado. Ele um irmão. Ele um falso protetor. Ele um provável destruidor. Ele... Apenas ele.

domingo, 24 de outubro de 2010

Salve sua alma


          Seus dedos disparavam nas cordas de seu violão azul. Seus olhos azuis; azuis como daqueles de lata de tinta. Cílios tão gigantescos que poderiam ser comparados à cílios postiços. Sua pele era tão branca que alguns até chegavam a se perguntar se ela banhava-se com giz de cera. Suas sardas impossivelmente encantadoras fazia brotar os mais doces pensamentos. Sua boa rosa alaranjada era tão inebriante que todos perguntavam-se qual o segredo de sua beleza. Uma garota tão linda... Deixava corações apaixonados por onde passava. Mas ninguém a enxergava. Ninguém. Ninguém enxergava, ninguém parava para olhá-la realmente. Ninguém parava para pensar o escondia-se atrás da nuvem negra de seus olhos.
          Oh, garota, salve sua alma.

sábado, 2 de outubro de 2010

Sozinha

          Sozinha. Sim, sozinha. Aqui quero fixar o meu eterno repouso. A cama aconchegante não me aconchega mais. Os lençós não estão mais quentes. O melhor esconderijo não me esconde mais. As palavras estão vazias. O amor já não existe mais. Então, achas que devo importar-me? Não, não devo. Porque me importaria? Apenas pelo fato de que saí de teu ventre, mulher?
          "Sangue do meu sangue". Oh, falas como se isto fosse algo bom. Ao contrário, o nojo me corrói por dentro como um jato de lava num ferro indefeso, apenas por saber que o que sai da tua boca suja é a mais pura verdade. Sim, saí de teu ventre. Mas, e daí? Você não passa de uma parasita. Uma parasita tentando sugar o último vintém de meu pai. Perdão? Achas que você merece o meu perdão? Não se preocupe tanto, pois não vai ter.
Cada gotícula de meu sangue ferve freneticamente rápido, apenas pelo toque de sua mão. Me causas tanta repulsa que chega à doer. Dinheiro? Para quê queres dinheiro hoje, mamãe? Para beber? Porque não para de beber? Porque não para de chegar todo dia em casa bêbada e querendo me espancar? Não vê que isto só me machuca? Não vê que estou sofrendo? Não vê que a dor de que falo não é dos espancamentos, mas sim da solidão? Sim, a solidão que me aprisionastes! Porque fez isto comigo, mamãe? Porque me abandonou? Eu era uma simples criança... Mas você! Oh, você fez questão de me destruir!
          Você sempre fala para eu estudar e ter um futuro decente. E, tudo isso para quê? Para você pendurar-se em mim e me sugar como sempre fez com o meu pai? Você não fará isto de novo comigo, mamãe. Não mais.
          E eu só quero que você saiba que cada minuto do meu tempo, cada trabalho de escola feito, cada noite sem dormir para estudar, é para que eu um dia saia deste inferno e lhe deixe sozinha, completamente abandonada. E aí, quando todos lhe abandonarem, você vai ver que eu... que eu fui a única que um dia lhe amou de verdade.