sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Apenas Respire

          Há uma pequena janela ao lado. Está amanhecendo. Ainda não posso ver o majestoso Sol; ele ainda está atrás das nuvens cinzas e obscuras que me cercaram, como um polvo cerca a sua presa. O que há trás delas? Porque não consigo enxergar? Poças d'água se abrigam sob meus olhos. Fecho os olhos para que nenhuma gota escape de onde deve estar. Mas é tarde demais. Um dilúvio já se faz em minhas bochechas pálidas e frias. As lágrimas fazem cócegas, quase posso sorrir. Quase. Sempre quase. E então...? Achas se algum dia tudo isso irá acabar? Temo que não. Não, não. Não irá. O 'felizes para sempre' não existe. É só uma jogada de marketing para os filmes se tornarem perfeitos; diferente da vida real, lhes digo. Não sinto frio, nem calor. Acho que aprendi a me acostumar com os dois. Como fogo e gelo. Fria por dentro, quente por fora. Todas as suas tentativas de sair deste inferno será inútil, acredite. Pois quanto mais tentar sair, mais atolado ficarás. E quem sou eu...? Não pergunte-me isso. Eu não sei. É, não sei quem sou. Pode até parecer dramatismo, talvez seja, talvez não. Quem somos nós para julgar algo, hã? Pequenos mortais tolos. Não somos nada. Somos apenas um lixo tóxico pronto para assassinar alguém. Fisicamente, psicologicamente... Tanto faz. Não vai mudar nada, não é mesmo? E quando tudo parece perdido o que fazemos? Nós respiramos. Então... respire. Apenas respire.

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